A expansão da banda larga está tomando espaço da TV aberta, e não há como reverter essa tendência. Segundo Eli Noam, professor da Columbia Business School e diretor do Columbia Institute for Tele-Information, algumas emissoras vão continuar muito importantes como produtoras de conteúdo, mas o espaço para a transmissão terrestre será bem pequeno. “O futuro da televisão é o vídeo sob demanda seletivo e bidirecional”, disse Noam, por telefone. Ele participa amanhã do Painel Telebrasil, na Bahia. Noam preferiu não comentar a situação específica do Brasil. Mas o embate entre radiodifusores e operadoras de telecomunicações está bem presente por aqui. Na definição do sistema de TV digital, há dois anos, os radiodifusores venceram, ao ser escolhido o sistema japonês, que permite, entre outras coisas, transmitir vídeo para celulares de graça, no próprio canal de televisão. Outro exemplo disso é a dificuldade em se modificar a lei de 1995 que impede a entrada das concessionárias locais no mercado de TV a cabo.Apesar de as operadoras de telecomunicações terem um poder econômico maior, o poder político está nas mãos dos radiodifusores. “Num sistema democrático, eles são essenciais ao processo eleitoral”, afirmou Noam. “Se levarmos em conta a experiência dos Estados Unidos nos últimos 50 anos, os radiodifusores tendem a prevalecer no curto prazo, mas as mudanças na infra-estrutura e na transmissão tendem a prevalecer no longo prazo.” O professor deu como exemplo o caso da TV a cabo nos Estados Unidos. “Nos EUA, os radiodifusores tentaram por alguns anos restringir a TV a cabo, e não tiveram sucesso”, explicou. “Hoje, somente 15% das residências americanas recebem televisão pelo ar. Isso não tornou os radiodifusores desimportantes, mas, claramente, as três grandes redes - ABC, NBC e CBS - tornaram-se entidades menos dominantes.”
Audiência
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